PT / EN
CESTO (
0
)
sobre

Seis tendências de gastronomia para 2024

Seis tendências de gastronomia para 2024

Como empresa inteiramente dedicada à criação de conteúdos nas várias áreas da Gastronomia e Restauração, interessa-nos saber como se mexe o setor, de forma a conseguirmos oferecer o melhor serviço possível aos nossos clientes.

Ainda que não seja possível adivinhar o futuro, há pistas que ajudam a prever o que vamos comer e beber nos próximos meses. Ouvimos Paulo Amado, fundador das Edições do Gosto, e Monika Bloch, a chef polaca à frente da cozinha do Venn Canteen, um restaurante de base vegetal, no Porto, para sabermos o que aí vem. Consciência ambiental, autocuidado e um regresso às raízes marcam as seis tendências que aqui são apresentadas.

1. COGUMELOS

Sejam silvestres ou cultivados, os cogumelos vão ser uma presença ainda mais constante à mesa durante este ano. Paulo Amado destaca a versatilidade e o valor nutricional dos fungos que, frescos ou desidratados, oferecem novas texturas e sabores, e apresentam uma alta possibilidade de substituição da carne, evitando produtos caros e ultraprocessados. Monika Bloch concorda e aponta as trompetas negras, os cogumelos ostra e os cantarelos como variedades a ganharem destaque.

2. FERMENTADOS

Monika prevê um aumento do uso de fermentados - como chucrute, kimchi e kombucha -, não só pelos benefícios para a saúde, como pela vida que dão a qualquer prato. Literalmente. A chef acredita que, ao mesmo tempo que a pandemia proporcionou mais tempo para as pessoas explorarem esta técnica milenar de conservação, também as motivou a procurar alimentos mais interessantes nutricionalmente, com capacidade de reforçar o sistema imunitário.

3. ERVAS E FLORES

Língua-de-ovelha, urtiga, capuchinha, trevo, alho silvestre, lavanda, jasmim, rosa-mosqueta e até agulhas de pinheiro são algumas das plantas, ervas e flores que Monika acredita que vão ganhar relevo nas cozinhas. A chef crê que as limitações provocadas na importação de matérias-primas, devido à pandemia e à guerra, incitaram as pessoas a olhar com mais atenção para o que estava à sua volta e a descobrir novos ingredientes.

4. SNACKS

As pequenas porções de comida para comer à mão estão a ganhar terreno. Assim o diz o The New York Times, em “9 Predictions for How We’ll Eat in 2024”, e as Edições do Gosto, em “Tendências da Restauração 2024”. Vamos ver snacks não só em espaços de portas abertas durante todo o dia, mas também em refeições de alta-cozinha, graças a uma vontade de explorar a técnica, aguçar a criatividade e gerar momentos de partilha, explica Paulo. Os snacks são também uma boa forma de experimentar novas cozinhas ou fundir gastronomias.

5. BEBIDAS

Nos últimos meses multiplicaram-se as referências de vinho de baixa intervenção no mercado e tudo aponta para que a tendência continue a crescer. Segundo Paulo, o aumento no interesse por estes vinhos percecionados como mais “leves” e “interessantes” prende-se com uma “vontade de descoberta”, tanto por parte de quem produz como de quem consome. Também as opções sem álcool, ou com baixo teor alcoólico, estão a crescer em forma de kombuchas, sodas e cocktails. Para Monika, a pandemia surge, mais uma vez, como possível responsável por esta mudança de atitude. “As pessoas procuram agora uma conexão real entre elas. Há um grande ênfase em estar sóbrio e sentir o momento presente”, refere a chef.

6. AGRICULTURA MAIS SUSTENTÁVEL

Uma maior consciência ambiental da indústria e dos consumidores está a motivar a exploração de formas de cultivo mais amigas do ambiente. Segundo Paulo, vai haver uma aposta maior na agricultura regenerativa, uma abordagem que procura restaurar e melhorar os ecossistemas agrícolas. Já Monika prevê que os jardins verticais e a hidroponia se tornem relevantes nos próximos anos.

Se o receituário tradicional nos ajuda a compreender o passado da cozinha, tão necessário para contarmos as histórias da cultura gastronómica, com esta compilação de tendências pretendemos ajudar a desvendar aquilo que será o futuro do setor.

Próximo