Comer é tão efémero que às vezes até dá pena. Passamos três horas a namorar o fogão para depois, numa só garfada, fazermos desaparecer tão intencionais actos de amor em forma de comida.
E, tal como as centenas de fotografias que vamos acumulando no rolo da câmara para nunca mais recordar, os pratos que nos elevam a alma esquecem-se no tempo por falta de registo e de memória.
Este mês, decidimos não só fotografar como também partilhar alguns dos pratos que trouxeram alento aos nossos dias. Um quase diário comensal. Um registo de alguns pratos que fomos cozinhando, recriando, copiando ou improvisando ao longo do mês de Fevereiro. Partilhamos convosco como quem divide a mesa, como quem oferece aquele restinho de vinho em infinitas partes e o reparte por cada copo. Talvez vos intrigue, talvez vos inspire. A nós, é o que nos tem salvo.
Anita